segunda-feira, 21 de maio de 2012


 “Palavras Acesas” 


Desde o inicio que o arruaça tem se caracterizado como grupo de teatro regionalista, tendo na sua trajetória cênica, montado principalmente texto de autores nordestinos. E por ser esta nossa grande paixão entendemos que este é o momento para trazermos ao espaço Cafezal os poemas do mestre Ariano Suassuna, uma vez que este tem declarado que a sua Poesia é a fonte profunda de tudo o que escreve. Assim apesar de inédito em livro julgamos fundamental o mergulho do grupo na pesquisa sobre o assunto por entendermos que este é o caminho para alargarmos nossos conhecimentos sobre a obra e desvendarmos os mistérios que envolvem o significado do movimento armorial dentro do que podemos chamar de universo da cultura ibérico sertanejo.
A importância do teatro de Ariano Suassuna está ligada ao fato de ele ser o único dramaturgo contemporâneo brasileiro comprometido com as fontes populares de nossa cultura. Inspirando-se em autos anônimos, na  literatura de cordel e nos espetáculos de mamulengos (tipo de fantoches), esse  dramaturgo paraibano escreve na contramão do teatro ocidental, desprezando as  experiências de vanguarda ou os modismos importados da Europa e dos EUA. Seu  único comprometimento, é com a cultura popular.  
A montagem cênica do que estamos chamando inicialmente “Vestido de Sol” ou Palavras acesas, é uma referencia a temas e palavras que a primeira vista, nos parece recorrentes e marcantes na produção de Ariano, dai o nosso proposito de mergulharmos no seu universo poético, bem como em um pouco do que se fala sobre ele; afim de que esta busca possa nos fornecer uma espécie de visão geral da sua Obra. No que entendemos uma montagem dessa natureza seria extremamente proveitosa para o Arruaça, servindo pra desmistificar esse nosso interesse e paixão, por uma cultura dita sertaneja, mas poderá também inclusive servir para despertar o interesse de outros grupos, admiradores, plateias e estudiosos de Ariano Suassuna fomentando de alguma forma o debate e nos trazendo o retorno de alguma luz, por esta fresta que abrimos com este projeto que pretendemos trazer ao Recitando no Memorial. Para caracterizar  o autor será utilizado musicas do Quinteto Violado e Antônio Nobrega, bem como será utilizados como elementos cênicos, indumentárias sertanejas como: chapéu de coro, balaios, boi burrinha, xilogravuras e brasões característicos da Cultura Armorial.